Mais uma coluna da queridíssima Vanessa Leite. Recentemente ela foi a Bali, Indonésia, passar suas férias. Ela aproveitou a oportunidade e conheceu mais sobre o café Kopi Luwak, típico da região. Ela contou tudinho. Confere abaixo:
Estive em Bali nas minhas férias e resolvi visitar um local que produz o café conhecido como o mais caro e raro do mundo, o Kopi Luwak (ou café civeta). Ele é originário da Indonésia, onde eu estava, e eu, como nutricionista, não poderia perder a oportunidade de experimentar!
O café é exótico, uma vez que é produzido através da digestão de um animal, a civeta. A civeta é um mamífero da floresta, que lembra o cruzamento de uma raposa e de um gato. Elas são especialistas em encontrar os frutos do café mais maduros, doces e saborosos. Ou seja, os grãos de melhor qualidade. Apenas a polpa do café é digerida. Quando esses grãos estão no trato digestivo da civeta, as sementes absorvem alguns ácidos, e as enzimas do próprio animal promovem uma fermentação, deixando as sementes de café com um sabor mais suave e com menos amargor. A civeta tem essas particularidades e por isso o processo não pode ser feito por qualquer animal.
Após a digestão as sementes são excretadas pelas fezes. Os resíduos são coletados, selecionados, higienizados e tostados. De acordo com o tipo de café os grãos são ou não moídos. Com o resultado desse processo é feito o café. Kopi é uma palavra indonésia para “café” e luwak é o nome local da civeta – o animal não existe no Brasil.
Processo de higienização do grão
Processo de tostagem do grão
SABOR DO KOPI LUWAK
O sabor desse café é uma mistura de chocolate e de suco de uva. Ele é menos ácido e menos amargo do que os cafés comuns. A produção é bem restrita, porque tudo depende da digestão do animal. Cada civeta tem capacidade diária de digerir uma pequena quantidade de grãos, o que torna o preço do produto bem alto.
O café também pode ser incrementado com algumas especiarias
QUANTO CUSTA E ONDE É VENDIDO O KOPI LUWAK
Esse café especial é mais consumido no Japão, na Europa e nos Estados Unidos. Em Bali o consumo é baixo devido ao restrito poder aquisitivo da população. Uma xícara desse café pode variar entre U$S74 e U$S125.
No Brasil é possível degustar uma xícara da bebida em algumas cafeterias gourmet. Mas é caro e não é fácil de encontrar.
CAMPANHA CIVETA LIVRE
Uma coisa muito triste é que muitos produtores maltratam as civetas para produzir esse café mais caro do mundo, podendo causar doenças e mortes dos animais. O café é realmente exótico e diferente, mas é preciso ter cuidado para não incentivar um crime contra essa espécie.
O problema é que quando a gente toma ou compra o café é muito difícil avaliar se é proveniente de uma civeta explorada ou não. Muitas ficam enjauladas e os defensores dos animais pregam que o café só pode continuar a ser produzido se for por meio de civetas livres, na natureza. Isso garante até uma qualidade melhor, já que as civetas livres se alimentam também de outros frutos, não apenas do café, proporcionando um melhor e mais seleto processo digestivo.
A proteção mundial dos animais pede que o turista evite o café de civeta ou escolha marcas certificadas cujo produtor não tenha machucado ou agredido o animal. Inclusive existem campanhas para a criação de civetas livres e soltas. É a campanha de civetas sem gaiola.
Dica da nutri: O Kopi Luwak, assim como outros cafés comuns, são considerados bebidas ricas em antioxidantes e termogênicas. Elas ativam o metabolismo, são energizantes, aumentam o desempenho e são estimulantes, uma vez que a cafeína, presente no café, acelera o sistema nervoso central. Muito bom para acordar de manhã e sair rendendo.
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